4.29.2008

Um fim-de-semana de Peso




Terminou no passado domingo dia 27 em Viana do Alentejo
a 2º edição da Romaria a Cavalo (Nª Sr.ª do Carmo), ou 8ª edição
(Nª Sr.ª da Boa Viagem). Os romeiros peregrinaram entre a Moita
e Viana do Alentejo, ofertando humildemente os sacrifícios passados no decorrer da viagem à Virgem Santíssima. Terminavam assim quatro dias de viagem sob "todo o Sol do Alentejo".

A entrada da caravana, feita em ambiente de intenso fervor religioso, percorreu algumas ruas da vila, ao longo das quais a população
e muitos visitantes se distribuíam. Várias janelas do percurso encontravam-se festivamente engalanadas para receber condignamente Nª Sr.ª do Carmo e os peregrinos.

No Largo de S. Luís decorreu uma pequena cerimónia
com a participação de alguns artistas convidados. No decorrer desta
o presidente da Câmara discursou, emocionado, dando as boas vindas aos romeiros. Findo o espectáculo político-religioso, a caravana retomou a marcha até à Sra. D'Aires.

Noite dentro na cerca do Santuário, decorreu uma sessão de fados durante a qual peregrinos e população em geral se misturaram
em franco e alegre convívio. Na vila verificava-se igualmente um intenso movimento de visitante com todos os restaurantes e cafés a funcionarem em pleno.

Domingo realizou-se a tradicional procissão entre a igreja matriz
e a Sra. D'Aires após o que se seguiu uma missa campal, no terreiro frente ao Santuário. Largos milhares de pessoas, entre romeiros, visitantes
e população local acompanharam, sob um sol intenso a celebração, numa prova inquestionável da sua Fé.


À tarde parece que ainda houve uma tourada mas, desculpem lá, já não tive pachorra para ir cobrir esse acontecimento.

De lamentar somente o facto de a proximidade da data do 25 de Abril retirar algum protagonismo a este evento. Alguns sectores das forças vivas locais terão mesmo sugerido que para o ano se mude a data
de comemoração do Dia da Liberdade, que verdade seja dita, pouco
ou nada diz à população local. Outros terão alvitrado a abolição dessas comemorações afim de se poder transferir o dinheiro e o esforço
aí investido para esta bonita festa.

Resumindo e concluindo, é sempre muito gratificante verificar como
em Viana continuamos a manter a todo o custo estas ancestrais tradições de cavalarias, tão enraizadas no nosso povo e na nossa cultura. Ficamos também muito orgulhosos com estas demonstrações de Fé, Coerência Política e muitos eteceteras mais...

Zé dos Coices

Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

A Nossa Sr.ª d'Aires
recebe a N.ª Sr.ª do Carmo





















Envie as suas fotografias e comentários para:
vianadoalentejo@hotmail.com

4.28.2008

O Presidente Estevão Pereira,
eleito pela CDU



Intervenção do Presidente Estevão Pereira, eleito pela CDU, na sessão solene
ocorrida no Cine-Teatro em Viana do Alentejo a 25 de Abril de 2008

"Exmº senhor Secretario da Assembleia Municipal do Concelho
de Viana do Alentejo
Exmº Senhor Representante da CDU
Exmº Senhor Representante do Partido Socialista
Exmº Senhor Representante do Partido Social Democrata
Exmos Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia de Aguiar, Alcáçovas e Viana do Alentejo
Exmºs Senhoras e Senhores Eleitos
Caros representantes do Movimento Associativo do Concelho
Caros colegas Vereadores da Câmara Municipal
Minhas Senhoras e meus Senhores
Caros amigos

Em boa hora a Câmara e a Assembleia Municipal avançaram com
a realização desta sessão para evocar a passagem do 34º aniversário
do 25 de Abril de 1974. Se mais razões não existissem, só pela pluralidade das abordagens aqui expressas e pela amplitude das mesmas, ficava mais que justificada a oportunidade desta evocação.

Permitam-me 2 referências prévias que se justificam tendo em conta, por um lado a intervenção do Partido Socialista e em concreto a estória que nos deixou, e por outro uma referência feita pela intervenção do Partido Social Democrata.

A primeira nota é suscitada pela referência histórica a este mesmo espaço onde nos encontramos, o Cine Teatro Vianense, com toda
a carga simbólica que teve e tem em gerações de Vianenses.

Às vezes uma não verdade repetida muitas vezes, quase que se pretende transformar em verdade quando assim não é.

A pretexto do papel que este mesmo edifício teve no tempo do antigo regime, gostaria uma vez mais, hoje perante esta plateia, de procurar clarificar o sentido da frase que se encontra inscrita na placa que foi descerrada a quando da inauguração da recuperação do cineteatro Vianense “a devolver ao povo o que nunca lhe pertenceu”.

Não obstante as diversas vezes em que já tentei esclarecer, sistematicamente há sempre quem não queira ouvir e pretenda continuar a sustentar a “sua verdade”.

O Cineteatro sempre foi propriedade privada, desde a sua construção por Jesuino Simões passando pelo Srº Tomáz Baião e Familia. Independentemente desse facto, este edifício desde sempre foi apadrinhado e acarinhado pelo povo desta terra como se fosse seu. Gerações sucessivas de Vianenses que por aqui participaram em espectáculos, cinemas, bailes, discoteca, bares etc. sempre tiveram um sentimento especial em relação a este edifício como se ele fosse propriedade do povo.

Quando a Câmara o adquiriu e anos mais tarde teve condições para o renovar e reequipar com meios mais modernos, este edifício que sempre foi sentido como sendo de propriedade do povo, passou então efectivamente a pertencer-lhe, tendo em conta que os bens da autarquia são os bens de toda a população. Quando se diz que estamos a devolver ao povo é exactamente com este sentir que nos vem de anos e anos de utilização colectiva desde mesmo espaço. O sentimento foi e é apenas este, sem nunca ter pretendido ter os contornos que algumas pessoas entenderam por bem dar-lhe.

A propósito da intervenção do PSD e de notícias que deram a informação de uma investigação que a polícia judiciária está a efectuar á Câmara de Viana, importa esclarecer com objectividade a verdade dos factos. A Câmara foi abordada pela Policia que nos informou que, devido a uma denúncia anónima, estava a realizar uma investigação às relações comerciais entre a autarquia e uma empresa prestadora de serviços. Foram-nos pedidos fotocópias de documentos desta relação comercial que dois dias depois já estavam prontos. Dias mais tarde estes mesmos documentos foram recolhidos e acreditamos que quem tem que fazer o seu trabalho o estará a fazer dentro das regras. Estamos a aguardar os desenvolvimentos que eventualmente este procedimento possa vir a ter. Qualquer coisa que se diga a mais é pura especulação e não entronca em qualquer verdade dos factos. Sabemos que outras estórias estão a ser contadas, apimentadas e que quem as conta a seguir não se limita a reproduzir o que ouviu. Parece que só tem piada se lhe for acrescentado mais qualquer coisa. Talvez, antes de se proferirem certas afirmações se devesse pensar que estamos a falar de seres humanos, com sentimentos e com família.

Caros amigos

Fazer hoje, 34 anos após o 25 de Abril de 1974, uma reflexão sobre este mesmo dia e a importância que teve e tem no Portugal de hoje é uma tarefa que se me afigura um pouco dualista. Por um lado foi esse o dia maior para a nossa democracia, libertou-nos de 48 anos de uma ditadura que nos oprimiu e reprimiu, acabou com a opressão de outros povos e pôs fim às guerras coloniais onde gerações de jovens foram sucessivamente perdendo a inocência e tantos a própria vida.

Foi no pós 25 de Abril que Portugal se abriu ao mundo. A educação procurou alargar as suas bases, o serviço nacional de saúde foi instituído, a segurança social procurou chegar a um número maior de Portugueses que até ai não encontravam qualquer tipo de protecção no Estado, ficando á mercê da caridade dos mais abastados nos momentos mais aflitivos das suas vidas. As pessoas puderam vir para a rua, expressar livremente as suas opiniões, dar vazão a anos e anos de opressão onde nada se podia fazer ou dizer.

Este tempo marcou claramente a diferença com o que passava até então. Nunca será demais recordar, nomeadamente para as gerações mais jovens, que antes do 25 de Abril coisas tão simples e tão básicas como conversar na rua em grupo ou cantar com os amigos estava vedado a todos. As mulheres não se podiam ausentar do País sem autorização da figura masculina (pai ou marido) e inúmeros direitos lhes estavam inacessíveis. Nunca será demais recordar que gerações de jovens cresceram com a angustia de ir para a guerra e na qual muitos perderam a vida tendo ficado muitos mais estropiados para o resto das suas vidas. Era toda esta a envolvência da sociedade Portuguesa da época e de cujo fim o povo tinha com toda a justiça razões de festa e de comemoração.
E o povo livremente saiu á rua.

Foi bom este tempo, foi muito bom.

Penso que aconteceu efectivamente uma revolução em Portugal, não violenta e praticamente sem consequências físicas, mas ainda assim uma revolução. Não se tratou de uma mera evolução como às vezes se pretende fazer querer, tanto mais que os protagonistas do antigo regime não davam mostras de querer afrouxar a pressão sobre o povo, tudo fazendo para manter o controlo férreo do estado.

Será que hoje em dia ainda podemos manter o mesmo sentimento perante tudo o que vemos á nossa volta?

A educação parece ter-se transformado num gigantesco laboratório onde cada Governo, cada Ministro se parece sentir á vontade para fazer todas as experiencias que entende, sem gastar um pouco de tempo a reflectir sobre as consequências que inevitavelmente irá provocar. Depois todos ficam muito preocupados quando os incidentes das salas de aula chegam ao conhecimento do grande público, via comunicação social. O Incomodo é mesmo só porque “saiu” de onde habitualmente está porque lá dentro é bem conhecido de todos.

A segurança Social de hoje parece estar totalmente na linha das teses neo-liberais que procuram o desmantelamento das estabilidades laborais, provocando a precarização do emprego e dessa forma tornar ainda mais dependentes todos aqueles que apenas têm a força do seu trabalho para assegurar a sua subsistência. As mudanças nas regras das reformas, o baixar sucessivo das prestações sociais, as limitações aos subsídios de desemprego, o travão no acesso aos programas de apoio ao arrendamento por jovens são apenas diferentes formas que a mesma politica assume, sempre na mesma lógica de degradação da intervenção do estado.

O serviço nacional de saúde foi uma das grandes conquistas que o 25 de Abril nos trouxe. E hoje como está? Estamos a assistir também aqui a uma intervenção no sentido do retrocesso desta área fundamental para a população. São os encerramentos de centros de saúde e Urgências um pouco por todo o pais, de maternidades publicas que são “obrigadas” a fechar porque não têm o numero de partos suficientes e em simultâneo são autorizadas maternidades privadas a abrir exactamente no mesmo local, dos SAP como no caso de Viana do Alentejo onde com as alterações introduzidas diariamente há cidadãos deste Concelho que não têm acesso aqui a cuidados médicos, tendo obrigatoriamente que se deslocar a Évora e dessa forma suportar todas as despesas inerentes á sua condição de doente, seja o transporte para o hospital sejam as taxas que entretanto já lhe passam a ser cobradas.

Sou de opinião que todas estas linhas vão no mesmo sentido, que nada está a ser feito ao acaso e que no fundamental visam desmantelar o estado providência, criação do 25 de Abril de 1974 que criou melhores condições de vida para milhares de trabalhadores Portugueses, melhores condições no acesso á educação e mais e melhor liberdade para todos nós.

Se por um lado tudo isto nos foi dado, também não é menos verdade que está a ficar cada vez mais forte um sentimento de que uma boa parte disso nos está a ser levado.

Parece que passados este anos, com todos estes retrocessos a que a nossa sociedade continua a assistir, continua a faltar cumprir Abril.

Não deve certamente ter sido este o espírito que norteou os capitães de Abril quando de uma forma corajosa assumiram que era preciso mudar o País. Não é certamente do agrado de uma faixa cada vez maior da população Portuguesa a situação em que fundamentalmente as funções sociais do Estado se encontram.

Na lógica das Autarquias os cenários também já viveram melhores dias. Estamos presentemente confrontados com uma nova lei de Finanças Locais que por enquanto ainda está de certa forma mascarada mas que assim que caírem as cláusulas travão que estão a impedir que todos os seus aspectos mais maléficos para o poder local entrem totalmente em vigor, vai criar dificuldades acrescidas a muitas Autarquias do País,
as mais pequenas, aquelas que já têm naturalmente mais dificuldades.

Está em marcha uma tentativa de deslocar responsabilidades para
as autarquias, nomeadamente na área da educação, sem que estejam acauteladas as questões mais importantes de todas e que são:
que modelo de escolas pretendemos? Que educação pretendemos? Aparentemente assistimos a uma tentativa de contratualizar com alguns municípios tarefas neste sector quase á peça. Sou daqueles
que penso que em matérias tão fundamentais como a educação
as competências devem ser universais, procurando dar o mais possível condições de igualdade a todos os jovens Portugueses e que não devem ser tratadas de forma casuística, ao sabor das conjunturas.

Acredito convictamente que é pela via da educação que será possível criar uma sociedade mais justa, mais fraterna, porque será mais informada, mais esclarecida e mais interventiva.
Acredito também que nessa sociedade a cidadania plena pode ser alcançada, e fruto da boa educação e formação, todas as pessoas saberão respeitar o seu próprio papel e nessa medida saberão também respeitar o papel do outro. È neste ponto critico do respeito pelo outro que na minha opinião muito ainda falta fazer por Portugal e pelos Portugueses.

A desinformação, o boato, a arruaça, o procurar cilindrar tudo e todos os que se encontram á nossa frente tantas e tantas vezes em nome
de interesses inconfessados, significa antes de tudo o mais um enorme sinal de fraqueza e de incapacidade de assumir as nossas próprias responsabilidades.

Numa sociedade mais evoluída, as pessoas serão mais responsáveis
e serão certamente capazes de assumirem as suas opiniões.

È certamente tarefa de todos nós e da qual ninguém se deve demitir. Cada um ao seu nível importa assumir a nossa intervenção e procurar conduzi-la ao serviço deste desígnio que para mim é nacional.
Tenho para comigo que quando assim for, um dos pilares fundamentais onde assentou a ideia do 25 de Abril, da revolução dos cravos, estará finalmente concretizado.

Viva um Concelho de Viana do Alentejo mais evoluído e mais frontal
Viva o 25 de Abril
Muito Obrigado a todos"

Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

O Vereador Rui Gusmão,
eleito pelo PS



Intervenção do Vereador Rui Gusmão Eleito Pelo PS, na sessão solene
ocorrida no Cine-Teatro em Viana do Alentejo a 25 de Abril de 2008

"Senhoras e senhores:
MUITO BOM DIA

Tomei a liberdade saudar os presentes deste modo informal,
porque celebrar o 25 de Abril é celebrar a liberdade que me permite tratá-los a todos por igual.

Viva o 25 de Abril, viva a liberdade!

O 25 de Abril de 1974 é sinónimo de Revolução dos Cravos que nos libertou de uma ditadura Fascista/Salazarista, que oprimiu e reprimiu Portugal durante 48 anos.

Para aqueles que têm memória daquele tempo (eu tenho) e, para os outros que já ouviram falar da ditadura, permitam-me recordar esse tempo – o tempo do Portugal do Estado Novo, liderado por Marcelo Caetano e Américo Tomás.

- Era o Portugal “orgulhosamente só”, isolado do mundo, descredibilizado internacionalmente, devido a uma guerra colonial opressora de outros povos.

- Era o Portugal triste que via partir os seus jovens para uma guerra injusta que ia ceifando a vida de alguns desses jovens que deixavam em situações muito dramática jovens viuvas, filhos órfãos e famílias enlutadas. Dos que regressaram, havia quem viesse ileso, outros com mazelas visíveis e, outros ainda, fisicamente ilesos, mas com traumas de guerra – muitos destes ainda hoje andam à procura de um rumo para a sua vida.

- Era o Portugal sub-desenvolvido, sem esquemas de protecção social.

- Era o Portugal da caridadesinha, da esmola aos pobres, da solidariedade entre os mais necessitados. Não havia Lares da 3ª Idade, os idosos ficavam em casa e através dos filhos ou da boa-vontade e boas relações de vizinhança lá iam sobrevivendo em casa. Normalmente doentes e em fase terminal, eram acolhidos no Hospital da Misericórdia, aguardando aí o fim dos seus dias. Não havia Centros de Saúde, havia o Dr. Garrido (grande homem da oposição ao regime e que por isso nunca chegou a ser Delegado de Saúde) sempre pronto a ir a casa dos doentes, quando não podiam deslocar-se ao seu consultório,
o Dr. Pinheiro médico da Caixa e a irmã Maria das Neves que mesmo
sem ter curso nenhum de enfermagem estava sempre disponível
como parteira e enfermeira. Um sem número de Vianenses, ainda hoje, recorda com orgulho terem vindo ao mundo com a ajuda desta Irmã.

- Jardins-de-infância, *(não foi dito na intervenção mas é de toda
a justiça dizer que a Creche desempenhava estas funções) eram uma miragem, as escolas eram poucas e liceus e escolas industriais
só nas sedes de distrito. Universidades só em Lisboa, Coimbra e Porto.

- Havia uma elevada taxa de analfabetismo, mão-de-obra barata e sem qualificações que era explorada por latifundiários e capitalistas – quem não se lembra do Jorge de Brito e do Jorge de Melo?

- Era o Portugal dos três Fs Fátima, Futebol e Fado

- Era o Portugal da União Nacional e da PIDE/DGS repressora dos velhos republicanos, dos comunistas, dos socialistas, dos liberais ou daqueles que se atreviam a pensar e questionar algumas injustiças. Quem não era pela União Nacional era contra a União Nacional.

A propósito da PIDE permitam-me evocar um episódio que ocorreu neste local onde estamos a celebrar o 25 de Abril, quando o senhor Tomás do Espírito Santo Baião(Zico) era proprietário do Cine-Teatro
de Viana do Alentejo.

Este episódio foi-me contado na primeira pessoa pelo Xico Zé Baião, pelo Luís Branco(Bife) e pelo Pacheco que a vivenciaram.

Apesar de repressora a “velha senhora” condescendia que as hostes oposicionistas se reunissem por ocasião das comemorações
no 5 de Outubro e 31 de Janeiro. Estas comemorações ficavam bem
ao Estado Novo que até dava um ar de democrata e podiam afirmar
“eles até se reunem “.

Num desses jantares do 5 de Outubro, o Xico Zé conhece o Zeca Afonso, o Carlos Moniz, a Maria do Amparo e o Zé Jorge Letria que tinham sido trazidos pelo Francisco Pinto de Sá, de Montemor, de quem eram grandes amigos.

Não há dúvida que a música de intervenção esteve sempre ligada
à resistência e não é por acaso que as canções “E Depois do Adeus”
e “Grândola, Vila Morena” entre outras simbolizam o 25 de Abril.

Aproveitando esta oportunidade e tendo em conta que o Cine-Teatro
de Viana pertencia à sua família, o Xico Zé pensa em organizar
um espectáculo de “Canto Livre” com o Zeca e acompanhantes daquela noite e ainda com o Grupo Coral dos Vindimadores da Vidigueira liderado por Manuel João Mansos. É constituída uma comissão organizadora com o António Murteira (mais tarde funcionário
e deputado do PCP na Assembleia da República), o Luís Branco (Bife)
um jovem empregado de escritório e pelo Xico Zé, um estudante liceal
de 16 anos.

A sessão ficou agendada para 3 de Março de 1973 – sábado, sempre com a ideia de que tal evento nunca chegaria a ser realizado porque
nem sequer iriam obter as necessárias autorizações, cuja licença teria
que ser dada pela Câmara. Coube ao Luís, encarregar-se de tratar
deste assunto e por incrível que pareça o espectáculo foi autorizado.
Feliz coincidência a do chefe de secretaria que por inerência
era o delegado da Direcção de Serviços de Espectáculos estar de férias
e o substituto o António Duarte, desconhecia da interdição a que estavam sujeitos aquele naipe de artistas – este descuido ia-lhe custando o emprego.

Os prospectos de divulgação, elaborados na Tipografia Diana, são titulados de “espectáculo de variedades” e conseguiram meia dúzia
de linhas, sobre o evento, no Diário de Lisboa e na República. Organizaram uma excursão Évora – Viana ao preço de 20$00 que incluía o bilhete para o espectáculo e alugaram uma camioneta nos Belos. O bilhete para a entrada custava 10$00.

É claro que a “velha senhora” não estava a dormir e por esta altura
já o Andrade tinha sido obrigado a interromper as férias e a dois dias
do evento com a lotação quase esgotada manda chamar o Luís
para o avisar que o espectáculo não estava autorizado, que faltava um documento com o nome das músicas e outro que identificasse os organizadores, uma vez que não dependia dele, mas de “instâncias superiores”. É claro que na véspera das “variedades” os referidos documentos são entregues e é lógico que canções como “Menina
dos Olhos Tristes”, “A Morte Saiu à Rua”, “Os Vampiros” ou “O Tango dos Pequenos Burgueses” não figuravam no rol de canções. Este era um verdadeiro exercício de auto-censura, comum naquela altura entre os resistentes.

Chega sábado e a pacata vila de Viana começa a encher-se de gente,
a Praça da República com gente estranha guedelhudos, de mochila às costas e, à medida que se aproxima a hora do espectáculo as imediações do Cine-Teatro iam-se enchendo com esta gente.

Os organizadores suspensos da decisão de autorização do “espectáculo” pois o Andrade estava incontactável e morava em Évora
e mesmo a intermediação do Presidente da Câmara José Carlos Guerreiro Duarte resulta infrutífera. Ainda hoje, os organizadores desconhecem se a sessão foi ou não autorizada pelas “instâncias superiores”.

Sabiam que a GNR tinha recebido reforços de Évora e de localidades vizinhas que entretanto controlavam as entradas e saídas da Vila,
na tentativa frustrada de barrar a entrada do carro onde vinha o Zeca.
A excursão organizada que trazia a estudantada de Évora é confundida com a camioneta da carreira regular dos “belos” e consegue passar despercebida.

A PIDE também já cá estava, já tinha sido identificado o conhecido VW 1200 esverdeado de matrícula FE-52-24.Sentia-se a tensão a crescer e em frente do Cinema aguardando o início do espectáculo aglomerava-se muita gente o que já por si era um acto de resistência. O inspector Melo e seus agentes posicionaram-se em frente ao Cine-Teatro e começam aos berros mandando dispersar a multidão porque eram proibidos ajuntamentos na via pública. Entre a multidão um jovem tocava flauta
e o pide irado com tal afronta, arrancou-lha das mãos e espezinhou-a violentamente. Era um homem gordo de pistola em punho aos pulos em cima da inocente e indefesa flauta. Descontrolado dispara um ou dois tiros para o ar e o povo acaba por dispersar e não houve “espectáculo”, acabando os organizadores a noite detidos no posto da GNR, para interrogatório.

Este episódio não é inventado e chega mesmo a ser mencionado por Adriano Correia de Oliveira, conforme vem documentado neste livro (fascículo 6 da colectânea de Adriano Correia de Oliveira, publicada pelo jornal Público).

Mais tarde, em Outubro de 1973, nesta mesma casa, realiza-se um comício do MDP/CDE .

Quando se dá o 25 de Abril de 1974 esta casa de espectáculos, que sempre esteve ao serviço do povo, e ligada à resistência ao antigo regime, encontra-se encerrada, porque o tenebroso cabo Mendes tinha instaurado um processo ao Zico, por este ter dado início a uma sessão de cinema com 5 minutos de atraso.

O 25 de Abril ou Revolução dos Cravos liderada pelos jovens Capitães
de Abril permitiu cumprir 3 objectivos:

1. Acabou com uma ditadura de 48 anos e abriu portas à democracia pluralista;

2. Acabou com a Guerra Colonial e permitiu a independência da Guiné-Bissau, de Angola, de Moçambique, de Cabo-Verde

3. Permitiu o desenvolvimento de Portugal, o seu prestígio como nação que culminou com a sua entrada na Comunidade Europeia, transformando-se no Portugal moderno que muito nos orgulha.

É verdade que hoje em dia, com a globalização a crise económica mundial e a emergência económica de países como a China,
o desaparecimento da União Soviética e o previsto colapso de modelo social – não é por acaso que os países do ex-Pacto de Varsóvia aderiram ou estão a aderir à União Europeia – a Europa enfrenta um novo desafio e assiste-se ao fim do estado providência com, algumas conquistas
de Abril a serem postas em causa.

Daí o apelo à consciência de cidadania, ao contributo que cada um
pode dar. Para ultrapassar esta crise é preciso que cada um de nós cumpra
o seu dever.

E para cumprir esse dever não podemos estar à só à espera do que é que o Estado pode fazer por nós, é preciso que cada um de nós pense de que modo pode intervir para que Portugal prospere.

Viva o 25 de Abril"

@: alcacovas.blogs.sapo.com

O Vereador António Costa da Silva,
eleito pelo PSD



Intervenção do Vereador António Costa da Silva eleito Pelo PSD, na sessão solene
ocorrida no Cine-Teatro em Viana do Alentejo a 25 de Abril de 2008

"Exmo Sr Secretário da Assembleia Municipal de Viana do Alentejo
Exmos Srs Deputados da Assembleia Municipal de Viana do Alentejo
Exmos Srs Vereadores da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, caros colegas
Exmos Srs Presidentes de Junta das Freguesias de Aguiar, Alcáçovas
e Viana do Alentejo
Exmos Srs Membros das Assembleias de Freguesia
Exmos Srs representantes das autoridades militares, civis e religiosas

Minhas senhoras e meus senhores

34 anos passados após a revolução do dia 25 de Abril de 1974 é tempo mais do que suficiente para fazermos um diagnóstico do estado actual da nossa democracia.

Todos sabemos e devemos recordar o importante papel dos homens e mulheres que lutaram para que Portugal se tornasse numa sociedade livre, mais moderna, mais solidária, mais justa, mais fraterna, mais rica. Nesta data devemos sempre lembrá-lo.

Devemos também recordar todos aqueles que, após o dia 25 de Abril
de 74, continuaram a lutar para que a nossa sociedade se tornasse verdadeiramente democrática e não seguisse por caminhos indesejados pelos portugueses. Provavelmente sangrentos e anti-democráticos. Também neste dia devemos lembrá-lo.

Na realidade, podemos afirmar com toda a convicção que Portugal mudou muito. Ao longo dos anos o nosso País foi melhorando significativamente. Podemos, com toda a facilidade demonstrar essas melhorias, como são exemplo: o avanço significativo ao nível da criação de melhores condições de bem-estar das populações; grandes avanços no que respeita à generalização do acesso aos serviços básicos e satisfação das necessidades básicas de todos os portugueses (falo do acesso ao ensino, saúde, justiça, direito à habitação própria, etc, etc), assim como, ao nível da melhoria significativa das infra-estruturas. Aqui o papel das autarquias foi determinante. Também, não menos importante, foram os avanços conseguidos ao nível da democraticidade da informação e comunicação.

Sendo um País democrático, Portugal acedeu à CEE (agora União Europeia) retirando daí bastantes benefícios, decisivos para o seu crescimento e desenvolvimento, mas também contribuindo para a consolidação de uma Europa da Paz, democrática e mais evoluída.

Também é verdade que Portugal passou a ser um País de grandes concretizações., rivalizando, sem quaisquer complexos e pruridos,
com as nações mais ricas e mais poderosas do mundo.

Também ao nível internacional Portugal tem tido um papel bastante activo e respeitado, nomeadamente através da participação em acções concretas da NATO, ONU e UE. O exemplo mais importante foi
a pressão e intervenção realizada nos fóruns internacionais para
a independência e autodeterminação de Timor-Leste.

Apesar dos progressos que têm sido muitos, é meu entender que Portugal está a fugir aos valores de Abril. Os anos mais recentes
são o comprovativo disso mesmo.

Não consigo identificar Abril quando os professores são cada vez
mais banalizados, estando alguns deles sujeitos a condições inumanas
de trabalho, forçando-os a deslocarem-se, ano após ano, para novas terras. Quase sempre, bastante afastadas das suas famílias.

Também, no sector Educação, são os professores vexados e agredidos por pais e alunos sem que exista um sistema que os proteja. Passámos do tempo (da outra senhora – ainda me lembro bem disso) em que o professor batia ofensivamente no aluno, para o tempo (do dia de hoje) em que o aluno agride o professor sem quaisquer consequências.

Temos um sistema de ensino que premeia a mediocridade. Alguns professores e alguns poderes políticos não querem que os professores sejam avaliados, pouco lhes interessa saber quem faz bem e que merece ser valorizado. Os alunos passam com a maior das facilidades, não aprendem, não são penalizados por isso. Vivemos num sistema em que se estimula o facilitismo.

É impossível termos uma sociedade justa, rica e desenvolvida sem conhecimento. A ignorância é permissiva às demagogias e consecutivamente às ditaduras.

Em relação ao sector da saúde encontramos uma situação gritante. O poder corporativo dos médicos sobrepõe-se ao poder político. Com o propósito de manter um sistema de saúde caro, em que os médicos ganham de uma forma imoral (naturalmente quando comparados com outras profissões), são eles quem decide o número de vagas para entrada nas universidades e quais as especialidades que devem ser desenvolvidas. Na sua grande maioria, evitam desempenhar o seu papel social, nomeadamente quando recusam desempenhar a sua actividade em pequenas comunidades rurais, ou quando desenvolvem a sua actividade privada nos meios públicos (ex: realização de cirurgias privadas em hospitais públicos) e ainda quando se recusam a aceitar a entrada de médicos de outros países no nosso sistema de saúde (o exemplo dos dentistas brasileiros é o mais conhecido).

O acesso à saúde está cada vez mais difícil. Só se consegue ser bem atendido quando se tem dinheiro, conhecimento e cunhas.

O Estado Central tem retirado ao meio rural as urgências e as principais especialidades. O INEM não funciona, nascem crianças nas ambulâncias e morrem pessoas à espera de ser socorridas.

Os medicamentos são menos comparticipados e mal conseguem ser pagos através das reduzidas pensões dos portugueses.

Estamos a viver permanentemente situações destas no nosso concelho.

Ao nível do estado providência a situação é altamente dramática. Temos pessoas com reformas chorudas, recebidas com poucos anos de trabalho. Temos pessoas que recebem várias pensões e ao mesmo tempo milhares de outras pessoas que recebem menos de 400€ mensais. Esta situação imoral em nada fortalece a democracia. Aliás, as grandes injustiças provocam grandes tumultos sociais, que quase sempre degeneram em sistemas políticos autoritários e indesejáveis.

Vivemos numa Ditadura do Fisco em que o Estado espreme cada vez mais os que costumam pagar. São altamente onerados aqueles que têm iniciativa. O Estado quando não cumpre não é responsabilizado, mas quando os contribuintes não cumprem são altamente penalizados. Infelizmente o Estado continua a não evitar as grandes fugas fiscais e a não castigar os verdadeiros prevaricadores.

Criou-se um Estado gordo, com uma enormidade de insuficiências, sem que consiga resolver os seus principais problemas. Muitos dos organismos funcionam de uma forma centralizada sem conseguirem resolver os problemas da população. Como se tornou demasiado caro (com o aumento sucessivo das despesas) e não se consegue modernizá-lo e torná-lo mais eficiente, então tem que se arranjar mais receita. Mais uma vez, aumentam-se os impostos onerando aqueles que já pagam. Em 3 anos aumentaram-se 8 impostos.

A insegurança é cada vez maior. É o polícia que é preso quando usa a arma. O bandido é solto sempre que é apanhado. Existe um forte clima de impunidade que facilita vida aos criminosos.

A descrença no sistema de segurança é cada vez maior. Como se viu ontem em Alcáçovas, uma agência bancária foi assaltada na maior das facilidades. Há dias foi o estaleiro da câmara que foi assaltado, tendo sido roubadas duas viaturas e outros materiais. Também no verão passado foi assassinada uma senhora em Alcáçovas. Na realidade, não estávamos habituados a este tipo de crimes. Será que temos que nos habituar? Será que vale mesmo a pena perder o posto da GNR em Alcáçovas ou então enfraquecê-lo? Será que é positivo, numa lógica meramente economicista, perdermos estes serviços tão importantes para as populações?

O desemprego e a falta de soluções para resolver a crise económica e social também são factores extremamente preocupantes. Ambos deveriam estar na ordem de prioridades por parte deste Governo, de forma a evitar a degradação e a marginalização social.

No sistema de Justiça, um dos principais pilares da democracia, o seu funcionamento é um caos. Encontramos processos altamente lesivos para a sociedade que, para além de demorarem uma eternidade a ser resolvidos, na maioria das vezes ilibam os grandes culpados. Quem tem dinheiro atrasa a justiça, quem não tem dinheiro não tem acesso a ela. Esta é uma realidade incontestável.

O sistema actual permite que uma denuncia anónima quase que incrimine uma pessoa. Como é possível baseado nesta nova estratégia da clandestinidade, com o camuflado do anonimato, a Polícia Judiciária ou quaisquer outro tipo de polícias ajam sobre as instituições ou cidadãos? Esta situação é totalmente inadmissível Acredito sim, que os culpados devam ser punidos, mas também, até ao momento das pessoas serem julgadas, devem ser considerados presumíeis inocentes.

É obvio que me refiro ao que se passa actualmente na Câmara Municipal. É preciso dizer publicamente que o PSD – Partido Social Democrático se demarca totalmente da denúncia feita à PJ. Para nós, esta situação perturbadora do bom funcionamento da Câmara, não pode ser tratada de uma forma irresponsável Por isso mesmo nunca tecemos quaisquer comentários sobre esta matéria á comunicação social.

Espero que este processo seja tratado com o máximo de celeridade. Caso se prove a inocência das pessoas em causa (como espero que aconteça), desejo que os denunciantes sejam descobertos e julgados pelo que fizeram.

Todos estes problemas não são resolvidos, no entanto são altamente lesivos para o funcionamento da democracia. Parece-me mesmo que se encontram a agravar sucessivamente. Ainda por cima, temos um Governo com muitos tiques de autoridade e autoritarismo, reforçado com altos níveis de arrogância pelo senhor Primeiro-Ministro e seus seguidores, o que torna tudo muito mais preocupante.

Muitos exemplos poderiam ser dados: o controlo total das polícias por um só homem; a arrogância de altos responsáveis do Estado perante pessoas que pensam de maneira diferente; a forte influência do Governo sobre a comunicação social; etc, etc.

São muitos e maus sinais…

É nosso papel, enquanto cidadãos e responsáveis políticos, denunciar todas estas questões e lutar pelos valores que Abril nos legou.

Abril não pode ser prisioneiro de velhas forças políticas. Abril é de todos, sobretudo daqueles que acreditam numa sociedade mais livre, mais justa, mais fraterna, mais solidária, mas também mais rica e desenvolvida.

É assim que eu sinto 25 de Abril.

Viva o 25 de Abril."

@: alcacovas.blogs.sapo.com

Le Moine et le Poisson







4.24.2008

Romarias

O texto de Francisco Baião sobre a Romaria dos Cavalos a Viana
do Alentejo
, constitui uma boa pesquisa que ajuda a perceber
a legitimidade de criação de uma nova romaria e esclarece
acerca da facilidade da construção de mitos, neste caso baseados apenas na garantia de “antiga tradição”… fica provado, neste breve estudo, que nunca houve referência à Moita nem a uma romaria
deste local para Viana.

Importa perguntar se esta romaria se encontra registada como tradição genuína de Viana do Alentejo e qual a sua fundamentação histórica. Importa questionar acerca do interesse da implementação de romarias deste género, até porque foi criada ou recuperada uma tradição,
em 2007, com peregrinação semelhante, também de cavaleiros,
e que envolve Setúbal, Lisboa, Santarém, Leiria, em direcção a Fátima,
com a participação das autarquias de Vila Franca de Xira, Azambuja,
Valada do Ribatejo, Santarém, Pernes, Alcanena, Minde e Ourém.
Assim, poderá relacionar-se esta celebração, em Viana, com outras romarias instituídas pela Igreja. Coloca-se assim a questão de autenticidade ou do carácter genuíno da festa de Viana, especialmente nos seus detalhes, quando há uma memória brumosa da população relativamente a festividades deste género.

Sublinhem-se factos importantes de recuperação de antigos e perdidos sinais de religiosidade, assim como do entendimento de uma ruralidade, actualmente esbatida, e da desaparecida figura impositiva do cavaleiro alentejano desta zona, numa tentativa de recuperação de alguns valores tradicionais.



SIC em 26.04.06



Também a imagem de santa protectora dos animais,
nunca aplicável à Virgem,
transmite uma ambiguidade de género, categoria e classificação,
de carácter teológico, não muito favorável
às especificidades atribuídas à Senhora D’Ayres.

Do mesmo modo, e na mesma linha de valoração de antigas vivências, introduz-se a utilização de um meio de transporte tradicional –
- o cavalo, o ambiente de festividade das antigas romarias, a realização
das ancestrais missas campais, nos meses de Maio-Abril,
e uma revitalizada projecção do santuário como Igreja de peregrinação,
centro de um culto fervoroso, aceite desde o século XVI
e acentuadamente mariano e miraculoso, a partir do século XVIII.

Nesta mistura de tradições e festividades, importa alertar para uma sensibilização da população, no sentido de preservar alguns aspectos da sua identidade regional e fundamentar as suas origens como forma de conhecimento da sua própria História e tradições.

Maria de Aires Silveira
Lisboa, 24-04-2008

Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

Assalto à mão armada
em Alcáçovas

"Dois homens encapuzados, munidos de uma espingarda caçadeira
de canos serrados, assaltaram"[hoje]"de manhã a dependência
bancária do Millenium BCP em Alcáçovas, concelho de Viana
do Alentejo
, colocando-se de seguida em fuga, revelou a GNR."

..." o assalto aconteceu por volta das 10h00, tendo os dois homens fugido num «motociclo todo-o-terreno».
«O assalto foi perpetrado por dois indivíduos encapuzados e com capacetes de motociclista, que usaram uma espingarda caçadeira
de canos serrados»...
No interior do banco, como forma de «intimidação», os assaltantes «dispararam um tiro para a parede», sem causar qualquer ferido.

..." a arma foi abandonada durante a fuga: «Alguém os viu, já no exterior do banco, a deitar fora um saco e constatou-se que continha
a arma».

A fonte policial contactada pela Lusa referiu ainda não dispor
de elementos relativamente à quantidade de dinheiro roubada
do banco pelos assaltantes" [que] "continuam a monte, depois
de alegadamente terem fugido na direcção de Alcácer do Sal.
A a GNR está a desenvolver esforços no terreno com vista à sua localização e detenção."

@: Diana FM, diario.iol.pt, sol.sapo.pt, ...

4.21.2008

O Nascer de uma Tradição



Foto: Francisco Fadista

Está aí mais uma edição da “Romaria a Cavalo”.
Sem questionar o direito que os seus participantes têm de se passear
a cavalo – por caminhos normal e muitas das vezes abusivamente
interditos ao comum dos mortais –, gostaria aqui de tecer algumas considerações sobre a putativa antiguidade desta cavalar passeata.

Afirma-se no “site” oficial da Câmara Municipal da Moita, um dos seus promotores, que a romaria “(…) retoma uma tradição comum aos dois concelhos que data do século passado e que consistia na deslocação
de lavradores do Município da Moita ao Santuário de Nossa
Sr.ª D’Aires, em Setembro, fazendo o percurso pela antiga Canada Real, através de quintas e caminhos de terra batida, para que os seus animais fossem benzidos durante a procissão em honra de Nossa Sr.ª D’Aires, padroeira dos animais, e para pedir ainda boas colheitas para a sua agricultura.”

De facto o Santuário de Nossa Senhora d’Aires constituiu-se, sobretudo durante os séculos XVIII e XIX, como um destino privilegiado de culto
e romagem popular. As “Memórias Paroquiais” de Viana do Alentejo, redigidas em 1758 pelo Padre José Peres Maciel, dão-nos conta dos lugares de origem e datas dessas festividades:

“(…) Há da villa de Alcácer do Sal, pelo Spirito Santo
A dos pastorez em dia de Sam Bartholomeu
A da villa do Torrão em dia incerto
a desta villa de Vianna no dia outo de Setembro
A da aldeya da Cuba no dia nove do dito mez
A da cidade de Beja no Sábado immediato
A da cidade de Évora no quarto domingo de Setembro,
e he romagem de tanto concurso que tem havido annos
que se tem orsado, em dez, the doze mil pessoaz (…)
e a que vem acrescentar a confraria
de Montemor o Novo, na Segunda feira immediata
As de Villa de Fradez, e da Vidigueira, vão em Outubro
mas em dia incerto
A da villa de Alvito vay no Domingo da Trindade;”

O culto mariano a Nossa Senhora d’Aires tinha pois uma área
de influência com cerca de cinquenta quilómetros de raio, indo
de Alcácer do Sal a Beja, mas predominando para sul.
Sendo que o conceito de romaria implica alguma organização, existiam em todas essas localidades, como também nos dá conta as referidas “Memórias”, confrarias de Nossa Senhora d’Aires.
Mais tarde, já no século XIX, com o fim do antigo regime (1820) e a perda de influência da Igreja, algumas dessas romagens deixaram gradualmente de se realizar.
Nos inícios do século XX, para além da romaria de Évora (que se tinha entretanto transformado na Feira d’Aires), apenas sobreviviam
a “Festa dos Lavradores”, no quarto domingo de Agosto e a romaria de Viana, em 8 de Setembro, agora chamada de “Festa do Povo”. Já muito pouco concorridas, mobilizando apenas as gentes das redondezas mais próximas, tudo indica ter sido 1929 o último ano em que estas festas ocorreram.

Foto: Miguel Figueira - Feira de Aires - 1947


Cerca de duas décadas depois, em meados da década de cinquenta, chega a Viana o Padre Venceslau de Almeida Gil. Reactiva então
a Festa dos Lavradores, de que tinha ouvido falar, mudando-lhe a data para o quarto domingo de Abril. Segundo testemunhos orais que recolhi fá-la-ia assim coincidir, o mais possível, com a data do seu próprio aniversário (30 de Abril) e já agora com a de alguém que ele muito admirava: Salazar (28 de Abril).

Nas fontes documentais e bibliográficas que temos vindo a consultar – manuscritos antigos, corografias, periódicos -, não constam quaisquer referências, ainda que vagas, a uma romaria vinda das bandas da Moita. Sendo que, segundo os seus promotores, deslocava largas centenas de pessoas e cabeças de gado (!!), a sua memória deveria de ter documentalmente perdurado. O que não sucedeu.

Foto: Francisco Baião


Mas o próprio Santuário detém um registo fabuloso da sua actividade ao longo dos séculos: a enorme colecção de ex-votos que se alinham pelas paredes dos seus corredores laterais. Uma breve observação da origem geográfica dos ofertantes revelar-nos-á a ausência de exemplares vindo da Moita. Ora, a ter alguma vez existido a tal tradição moitense, ela estaria seguramente fixada e atestada num ou noutro ex-voto mais antigo. Mas não está.

Feira de Aires - 1947


Por fim uma breve nota sobre a pretensa vocação de Nossa Senhora d’Aires como protectora de animais. É por todos sabido que a protecção das irracionais criaturas pertence a S. Francisco de Assis, a S. Mamede e a um punhado de outros santos, mas nunca à Virgem Maria. E também aqui, a ser verdade esse protectorado, ele estaria reflectido nos ex-votos. Mas o certo é que apenas uma meia-dúzia deles, entre milhares, testemunham animais miraculados. A grande maioria, quase a totalidade, convoca protecção para a doença, para a guerra, para o sofrimento humano.


Temos pois vindo a assistir, nestes últimos oito anos e até prova cabal em contrário, ao “nascimento de uma tradição de natureza religiosa”. Paradoxalmente acarinhado e promovido
por duas autarquias que se dizem de esquerda.

Francisco Baião / Viana do Alentejo

Recebido @: vianadoalentejo@hotmail.com

Uma romaria de cinco dias
da Moita a Viana do Alentejo

"São 400 cavalos e 300 cavaleiros. Dezenas de charretes dão um colorido especial à aventura, como se de um western se tratasse.
A romaria que une fés e tradições, entre a Moita e Viana do Alentejo, volta a pisar a antiga Canada Real quarta-feira para cruzar
150 quilómetros de caminhos de terra batida e quintas.
Domingo os romeiros chegam ao destino para assistirem à célebre missa campal, com o Santuário de Nossa Senhora d´Aires em pano
e fundo.




É a oitava edição de uma romaria que continua a crescer, depois
da ousadia ribatejana em "desenterrar" uma secular tradição
dos agricultores locais, que anualmente faziam deslocar centenas
de romeiros, acompanhados pelos seus animais,
até Viana do Alentejo. O gado era ali benzido durante a procissão
em Honra de Nossa Senhora d´Aires, a padroeira dos animais, aproveitando ainda os homens da terra para pedirem boas colheitas.

A concentração está agenda para as 08.00 horas no Largo da Feira, onde os participantes vão ultimar os preparativos da viagem,
com o respectivo aparelhamento dos animais, atrelagem e acomodação de pessoas e bagagens, onde a organização assegura todo o tipo
de apoio aos participantes.
É no campo que os romeiros comem e pernoitam, à maneira antiga.
Quem não se adaptar à ruralidade pode escolher alternativa."

@: dn.sapo.pt

4.19.2008

4.18.2008

Será que ainda vou ter
que ir votar no Estêvão?




Assiste-se neste momento no Concelho de Viana do Alentejo
ao início da campanha eleitoral para as próximas eleições autárquicas. Estas deverão decorrer lá para Setembro de 2009, sendo os presumíveis actores desta, chamemos-lhe melhor pré-campanha, os já nossos conhecidos Partido Social Democrata (PSD), Partido Socialista (PS)
e a Coligação Democrática Unitária (CDU). A novidade é que desta vez a CDU poderá cindir-se, originando uma nova candidatura, a do candidato independente Estêvão Pereira [actual presidente da Câmara].

Há muito que dentro da CDU de Viana existem grandes desentendimentos. Já nas últimas eleições foi contra a vontade
do núcleo duro [do PC] que Estêvão Pereira se recandidatou.
Só sob a ameaça de que se canditaria como independente
[ou Bloco de Esquerda] é que foi obtido o apoio do referido aparelho.

Em princípio, seria esta a última vez que Estêvão Pereira concorreria, mas afinal parece que o homem sempre quer ir a jogo mais quatro anos - os últimos possiveis pela lei actual.

Só que o núcleo duro já tem candidato, chama-se Rui M. P. Penetra,
de momento terceiro nas listas. Actualmente, colocado
pelo partido, na Câmara Municipal de Vendas Novas a fazer
"um curso de presidente da Câmara", estando a irmã Teresa Penetra
a receber igualmente formação na câmara de Arraiolos, presume-se
que de acessora do Presidente.

Ora então, "temos que alguém" terá feito a folha ao amigo Estêvão, ainda assim de uma forma algo meiga, não fosse esse alguém chamuscar-se também - bufam-se à Judiciária umas pistas
para ser fácil encontrar os documentos incriminatórios, chama-se
a televisão e queima-se a reputação do homem que até está um bocado mal visto. Sim, que isto de comunistas a fazerem cursos de cristandade
e retiros espirituais para logo a seguir quebrarem os santos laços
do matrimónio, dando com os pés na companheira de luta,
não é coisa lá muito bonita.

E agora, aqui estou eu a fazer o trabalho da oposição que pasme-se, depois de andar a segredar pelos cantos que a Judiciária tinha estado na Câmara, tem a lata de ir dizer à SIC que não está a par
do que se passa e não tem nada a dizer.
- Oooláaaa…. , mas o que é que vocês estão aí a fazer?
Meus senhores a oposição tem que ter sempre alguma coisa a dizer,
por isso é que é oposição. E tempo de antena é coisa que não se pode desperdiçar. Ou vocês não vão concorrer às próximas eleições?

Vocês querem ver que depois disto tudo, ainda vou ter
que ir votar no Estêvão?

Leonardo Parvo
leonardoparvo@gmail.com



Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

4.17.2008

Em Abril, águas mil.



18 Russell Crowe no papel de um bandido
Cine-Teatro/ 21H30
@: cm-vianadoalentejo.pt

22 Estevão Pereira dá aula sobre o 25 de Abril
Monte do Sobral/ Alcáçovas/ 14H00
"Novidade este ano vai ser a aula [...] dada pelo presidente da Câmara, Estevão Pereira [...] que vai ter lugar no Monte do Sobral,
em Alcáçovas, local onde um grupo de capitães se reuniu para planear
a Revolução dos Cravos, destinada aos alunos do 4º ano das escolas
do Concelho.
No final da aula a Câmara oferece aos alunos o livro “25 de Abril”
de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada."
@: cm-vianadoalentejo.pt

25 Colectiva de Fotografia é inaugurada na Seara Nova
Seara Nova/ 14H00
"Alentejo, Terra Bela” é o nome da Exposição Colectiva de Fotografia assinada por Filomena Galego Coelho, Francisco Fadista, Joaquim Santos, Joaquim Filipe Bacalas e Raphael o Pensativo.
@: cm-vianadoalentejo.pt, olharvianadoalentejo.blogspot.com

27 Corrida de Toiros
16H00
"Associação Equestre de Viana do Alentejo promove Corrida de Toiros [...] Em praça vão estar os cavaleiros João Salgueiro, José Manuel Duarte e Tito Semedo e os Grupos de Forcados Amadores de Safara, Pinhal Novo e Setúbal."
@: cm-vianadoalentejo.pt

"Uma Caloira. Sete paspalhões"
Cine-Teatro/ 16H00
@: cm-vianadoalentejo.pt

VIII Romaria a Cavalo
"Programa das festas"




Foto: Francisco Fadista

"É já no dia 23 de Abril que vai ter início a VIII Romaria a Cavalo
Moita – Viana do Alentejo, prolongando-se até ao dia 27 de Abril.

A Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo, [...] retoma uma tradição comum aos dois concelhos que data do século passado
e que consistia na deslocação de lavradores do Município da Moita
ao Santuário de Nossa Sr.ª D’Aires, em Setembro, fazendo o percurso
pela antiga Canada Real, através de quintas e caminhos de terra batida,
para que os seus animais fossem benzidos durante a procissão
em honra de Nossa Sr.ª D’Aires, padroeira dos animais, e para pedir
ainda boas colheitas para a sua agricultura.

Actualmente, a procissão em honra de Nossa Sr.ª d’Aires ocorre
no último fim-de-semana do mês de Abril e atrai milhares de pessoas
a Viana do Alentejo.
A Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo é, sem dúvida,
um dos momentos altos daquela festividade.
As inscrições ainda podem ser feitas no Departamento de Assuntos Sociais e Cultura da Câmara Municipal da Moita, na Rua João da Nova, n.º 3, 2860-469 Moita, através do telefone 210817016,
ou ainda do e-mail: romariacavalo@gmail.com.

Programa da VIII Romaria a Cavalo
Moita – Viana do Alentejo:

23 de Abril
8:00h – Concentração no terreno anexo ao Pavilhão Municipal de Exposições, na Moita;
9:00h – Partida da Romaria (junto à Igreja Nossa Sr.ª da Boa Viagem,
na Moita)
12:30h – Almoço (Valdera)
15:30h – Reinício da Romaria
18:00h – Chegada ao local da pernoita (Poceirão)
19:00h às 21:00h – Distribuição de ração e palha

24 de Abril
8:00h – Alvorada
9:00h – Partida
12:30h – Almoço (Quinta do Sousa)
16:00h – Reinício da Romaria
18:00h – Chegada ao local da pernoita (Casebres)
19:00h às 21:00h – Distribuição de ração e palha

25 de Abril
8:00h – Alvorada
9:00h – Partida
12:30h – Almoço (Herdade das Silveiras)
18:00h – Chegada ao local da pernoita (São Cristóvão)
19:00h às 21:00h – Distribuição de ração e palha
22:00h – Entrega de lembranças a todos os romeiros devidamente inscritos

26 de Abril
7:30h – Alvorada
8:30h – Partida
12:30h – Almoço (São Brás do Regedouro)
15:30h – Reinício da Romaria
18:00h – Chegada a Viana do Alentejo
19:00h às 21:00h – Distribuição da ração e palha
21:30h – Jantar oferecido a todos os romeiros devidamente inscritos,
na Casa do Romeiro junto ao Santuário de Nossa Sr.ª d’Aires

27 de Abril
7:30h – Alvorada
9:30h – Concentração na Praça São Luís – Viana do Alentejo
10:00h – Procissão
12:00h – Final da Romaria Moita – Viana do Alentejo"




@: cm-moita.pt, equisport.pt, Equitação online

4.16.2008

Romaria 2008*

[Lateralidades #11]









* Clik na imagem para a aumentar.

4.15.2008

PJ investiga Câmara
de Viana do Alentejo



Autarquia investigada
por alegado favorecimento
de prestador de serviços


"A Judiciària está a investigar a Câmara de Viana do Alentejo.
Há suspeitas da autarquia ter favorecido um prestador de serviços.
Os inspectores da Judiciária estiveram na Câmara e apreenderam vários documentos.

Os agentes da Policia Judiciária dirigiram-se ao gabinete da presidência e solicitaram diversos documentos:
facturas, recibos, relatórios de contas e actas de concursos públicos.
O objectivo da Judiciária é provar, ou não, se durante os últimos 3 anos
a autarquia favoreceu um prestador de serviços."

Presidente e oposição
não comentam investigação
da Policia Judiciária


"Contactado pela SIC, o Presidente recusou gravar uma entrevista. Confirmou a investigação da Policia Judiciária, mas remeteu qualquer esclarecimento para mais tarde. O mesmo disseram à SIC PS e PSD porque ignoravam que a Câmara Municipal estivesse sob investigação.

Os investigadores estiveram durante várias horas nos passos do concelho, mas não conseguiram recolher toda a documentação pretendida. O que falta será remetido pelos serviços municipais.

A investigação surge na sequência
de uma denúncia anónima dirigida à PJ."

"Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Alentejo, Estêvão Pereira (CDU), disse desconhecer os motivos da investigação e afirmou-se convicto da legalidade dos procedimentos.

A coligação liderada pelos comunistas dirige o município de Viana do Alentejo há 14 anos, sempre com maioria absoluta."

@: RTP , DianaFM 94.1 , Alcáçovas[blogs.sapo.pt]

4.14.2008

Polícia Judiciária investiga
Câmara Municipal [?]




"Consta na vila que a Polícia Judiciária esteve, há cerca de quinze dias, no edifício da Câmara Municipal de Viana do Alentejo a recolher documentação no âmbito de uma investigação sobre eventuais casos
de corrupção. Estes estariam relacionados com a constante aquisição
a uma empresa de espectáculos, de serviços e equipamentos a valores superiores aos do mercado.

A cadeia de televisão SIC estará também, ao que parece,
a investigar e a recolher material
para a realização de uma reportagem sobre o caso."

Zé dos Coices

Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

4.13.2008

Alvito exige reparação urgente
de estradas degradadas





Autarcas [de Alvito] alertam para estado “lastimável”
e segurança “precária” das estradas [do concelho]
11.04.2008 - 11h27 Lusa

"As estradas nacionais e regionais de acesso ao Alvito, que
“já não o são no verdadeiro sentido da palavra”, refere a AMA [Assembleia Municipal de Alvito], estão num “estado lastimável”,
que “coloca em crise o normal desenvolvimento do concelho
e é um elemento potenciador de acidentes e de prejuízos materiais”."

"A Estrada Nacional (EN) 257, que liga Alvito aos concelhos vizinhos de Viana do Alentejo e Évora, “tem buracos, bermas partidas
e profundas, lombas e vegetação que invade o espaço aéreo da via”."

"A EN 258, que liga Alvito a Cuba e ao Itinerário Principal 2 (IP-2)"...

"O piso da EN 383, que liga o concelho de Alvito a Alcácer do Sal
a partir da EN 257,"...

"a Estrada Regional 257, que liga Alvito a Odivelas"...

"Todas estas estradas, segundo os autarcas, “tiveram, nos últimos anos, um acréscimo considerável de trânsito de viaturas pesadas ao serviço das obras relacionadas com as infra-estruturas de Alqueva”.

A deliberação vai ser enviada ao Presidente da República, Cavaco Silva, ao primeiro-ministro, José Sócrates, ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, aos grupos parlamentares
da Assembleia da República e aos deputados eleitos pelo círculo
de Beja.

Trata-se do segundo alerta da AMA sobre o estado de degradação
das estradas de acesso a Alvito, após um ofício enviado em Fevereiro
de 2007 ao secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas
e das Comunicações, Paulo Campos, e no qual reivindicava
a “reparação urgente” das vias."...

Cruzamento da E. M.516 com a E.N.383

"A Câmara Municipal [de Alvito] submeteu à apreciação da Estradas
de Portugal S.A., a alteração da sinalização de trânsito no cruzamento
da E. M. 516 ( V.N. da Baronia -> Viana do Alentejo ) com a E.N. 383 (V.N. da Baronia -> E.N. 257(Alvito)), [...]
Na prática, a alteração proposta levaria à perda de prioridade
para os veículos que circulam no sentido Alvito - V.N. Baronia
(Estação C.P.)."

@: Público -11.04.08, Diana FM -14.03.07, cm-alvito.blogspot.com,
Alvitrando[blogs.sapo.pt] - 20.12.05

4.10.2008

Olhar Viana

[Lateralidades #10]





"No próximo dia 17 de Maio de 2008, irá realizar-se o 1º Encontro Fotográfico da vila de Viana do Alentejo.
É uma iniciativa promovida pela Associação de Cantares Populares SEARA NOVA, em colaboração com alguns fotógrafos amadores locais como Francisco Fadista, Joaquim Santos, J. Filipe Bacalas e Raphael o Pensativo.

[FAVA: Fotógrafos Amadores de Viana do Alentejo]

Esta será uma oportunidade para todos aqueles que o desejarem, de conhecer melhor um dos concelhos que fazem a transição do Alto para o Baixo Alentejo."




Informações e inscrissões:

olharvianadoalentejo@gmail.com ou através do 963 679 054

@: olharvianadoalentejo.blogspot.com

4.08.2008

Caminhada de Abril



De Viana do Alentejo ao Monte do Sobral - Sábado, 12 de Abril de 2008
15 Km - Dificuldade Média
Levar calçado apropriado, algum farnel, água, calças resistentes, chapéu
e (eventualmente) protecção anti-chuva.
Partida às: 8h 30min em autocarro da Un. Évora – 50 lugares
Estrada da Circunvalação (na paragem de camionetas
nas traseiras da Escola Gabriel Pereira - sítio do costume).




Percurso :
9:00:
Visita guiada à Vila de Viana do Alentejo

10:00:
Partindo da Vila, a caminhada inicia-se com a subida
ao Alto de S. Vicente, (de onde se avista o Alentejo, quase todo)

seguindo pelas pedreiras, Monte das Pedras,

Quinta do Duque ,onde teremos direito a uma visita guiada),

ponte sobre o rio Xarrama (pausa para merenda),

Monte da Silveira, Monte do Seixinho e termina no Monte do Sobral,


o local onde aconteceu, a 9 de Setembro de 1973, a primeira reunião plenária do Movimento das Forças Armadas, , onde estiveram presentes 136 capitães, a quem devemos algumas coisas.


16 – 17 h:
Lanche / churrasco de confraternização, em honra do 25 de Abril,
da liberdade e do gosto de caminhar entre amigos. Haverá animação musical a condizer. O Zeca vai certamente e leva um amigo também.

Promotores:
Rui Salgado e Carlos Godinho
Organização:
Caminheiros d'Além-Tejo
Apoios:
Câmara Municipal de Viana do Alentejo
e Companhia Agrícola da Quinta do Duque
Inscrições:
caminheiros.dalentejo@gmail.com ou tlm 967 324 948
Custos de transporte (autocarro): 5 €; Petisco à volta de 10€

CAMINHEIROS D'ALÉM-TEJO


Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

4.06.2008

4.04.2008

"...há muita falta de memória..."




Ex-ministro das Obras Públicas do PS [Jorge Coelho],
assume no fim deste mês, a presidência executiva do maior grupo
de construção civil português [Mota-Engil]. @: Público, 03.04.08