6.15.2007

Património Desprotegido (re_loaded)

Não será certamente esta Câmara
a fazer seja o que for pelo Património Histórico.
Já estão de saída, há muitos anos.

Falam do Turismo, promovem "Rotas dos Frescos" e coisas assim,
mas o que é dado a ver às pessoas são ruínas, que estas facilmente percebem estarem votadas ao abandono há muito.

Todas as entradas da Vila são na realidade verdadeiros cartazes anti-turista.
Painéis e mais painéis de publicidade, muitos deles partidos, muros com cartazes velhos, degradação, sujidade, coisas feias e sem nexo.

O expoente máximo é sem dúvida o próprio estaleiro da Câmara
que espelha bem a confusão da política de remendos que nos gere.

No que toca ao Património Desprotegido não são só as ruínas
que pelo menos se deveriam consolidar, (S. Pedro, S. Vicente, Cruzeiro, Convento, etc), são também as ruínas que eles próprios produzem
ou consentem, com a sua gestão laxista.

Neste caso temos, entre outras, a floresta de postes de electricidade frente ao Santuário da Srª D' Aires, o alpendre na Cerca da Srª D'Aires (aquilo é obra de arquitecto ?),

o pavimento em peças de cimento entre a Praça e o Castelo,


o parque de estacionamento encostado à muralha do Castelo,

aquele alcatrão cancerígeno, em pleno centro histórico que a cada remendo fica pior...

E que dizer da forma irresponsável como se interveio frente à Capela
de S. Sebastião, permitindo que se destruísse o enquadramento
do Ortatório do Calvário, agora completamente sufocado pelo lindo "stand" construído ao lado?


E o outro "stand", no Largo dos Isentos? Alguma vez ouviram falar de enquadramento, ou mesmo de bom senso?

Querem promover o turismo? Devem estar a brincar connosco!

Olhando para as terras à volta, muitas delas bem mais pobres
que Viana, notamos um crescente cuidado na recuperação dos Centros Históricos.
Tal proporciona, entre outras coisas, uma melhor qualidade de vida, aumenta a auto-estima de quem lá reside e promove assim efectivamente o turismo.

Prova, entre outras, do desinteresse da Câmara pelo Património Histórico e pelo Turismo, e porque esta me dói particularmente,
é que, e de acordo com a página da Câmara Municipal, o Pelourinho
ainda se encontra a "servir de pilar no Matadouro Municipal".

Manuel Baião

Recebido em: vianadoalentejo@hotmail.com

4 comentários:

Anónimo disse...

E já agora, é pena o amigo Manuel não ter tirado a ultima foto nos dias em que o camião, que se vê aí ao fundo, fica a tapar um espelho ao lado do "lindo" stand e a dois metros de um sinal de estacionamento proíbido. Porra, tenho que votar no gordo pra me deixarem fazer o que quero.

Anónimo disse...

esta ideia de nos mostrar aquilo que nós teimamos em não ver, ao jeito de exposição em fotografia real,dos ex-libris desta vila, que é a minha, de certeza que muitos dos cidadãos locais já tinham pensado em denunciar, mas por razões que não compreendo nunca tal se concretiza...- e esta do património, da paisagem urbnistica, é cada vez mais ensurdecedora - será talvez por uma cidadania permanentemente não exercida, adiada, onde a desilusão se vai instalado e a vontade fica cada vez mais diminuida e o sentimento de não se conseguir lutar contra a maré é de tal forma sufocante que a maioria das vezes dá vontade de abandonar o local e rumar para outras paragens. este sentimento invade-me cada vez mais e é cada vez mais dificil ignorá-lo. será que o amor próprio e a auto estima abandonou as gentes desta terra... penso que deveria existir uma publicação a nivel local, que de certa forma ´´ obrigasse´´ as pessoas a envolverem-se mais activamente nos problemas locais e tivessem uma acção mais efectiva nos problemas da comunidade. pode ser um boletim informativo, ao jeito daquele que, em alturas tidas por convenientes, nos fazem chegar a nossas casas. mas este de cariz mais plural e abrangente, por ex., para além deste canal mas que não está ao alcance da maioria das pessoas.

jakin

Anónimo disse...

O que é triste é os regentes ainda não terem percebido que manter o património da Vila para além de ser sinónimo de civilidade, de cultura, ou mesmo orgulho, é manter uma marca, que nos foi legada e a eles compete "registar" e fazer evoluir. E que essa marca vale dinheiro.

Se o seu negócio não fosse só administrar os dinheiros do "Terreiro do Paço", talvez se preocupassem mais em arranjar freguesia.

Em relação ao anónimo anterior, como dizia o outro: "organizem-se!".

João de Sousa disse...

isto dos anónimos é uma praga, mas pelo menos mexe. antes gafanhotos que atmosfera rarefeita.

o texto e as fotos estão óptimos. bom trabalho. sou crítico em relação ao comentário do largo dos isentos: a rua e a praça precisam de tratamento urbanístico pois o conjunto antigo (que não se vê na foto)tem algum valor pelo menos histórico; mas é preciso saber integrar e permitir o desenvolvimento de actividades comerciais modernas, ainda que por vezes pareçam desvirtuar a traça anterior, que no caso era um armazém velho. na minha opinião, a Câmara deve passar a colaborar com os particulares no sentido de ajudar a conseguir as melhores soluções técnicas, sem boicotes e com arrojo, numa perspectiva positiva.

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