Refinaria em Badajoz "ameaça" águas
do Guadiana e projecto Alqueva
"A refinaria Balboa, um projecto liderado pelo grupo industrial espanhol Alfonso Gallardo e apoiado pela Junta da Estremadura, poderá "nascer" na Serra de São Jorge, província de Badajoz, a cerca de 50 quilómetros da fronteira com Portugal."
"A refinaria de crudes pesados, próximo da fronteira, "poderá contaminar com hidrocarbonetos as águas superficiais e subterrâneas do Guadiana, incluindo a albufeira do Alqueva, os solos do leito e as margens do rio"...
"a água necessária para o funcionamento da refinaria será captada na albufeira de Alange e, depois, despejada no rio Guadajira, um afluente do Guadiana situado a nordeste de Mérida (Espanha)"...
"vai contaminar, em especial, a água, os solos e a biodiversidade do Guadajira e, por consequência, do Guadiana", além de "prejudicar ainda mais a qualidade deficitária das águas do Alqueva, devido à falta de tratamento das águas residuais a montante e que drenam para o Guadiana"...
"Tudo isto poderá condenar os avultados investimentos nas valências agrícola e de abastecimento público de água do projecto Alqueva"...
"os promotores do projecto já pediram à Confederação Hidrográfica do Guadiana a concessão de quatro hectómetros cúbicos/ano de água da albufeira de Alange para tratar os crudes médios e pesados na refinaria"
“ o crude que lhe vai ser destinado é o que apresenta pior qualidade e mais impurezas” admite a PCRN , Outra situação grave é o facto do crude que lhe vai ser destinado poder “vir impregnado de água salgada” acrescenta Paula Chainho. Se assim vier a acontecer, o efluente resultante da refinação de 576 milhões de toneladas de crude/ano “transporta uma grande quantidade de sal que acaba por ficar retido na albufeira de Alqueva”, o que representa “um grave problema para a rega”
“só com tratamento quartenário é que o efluente saído da refinaria estaria em condições de poder vir a ter outras utilizações, nomedamente na rega das culturas agrícolas”
Emissões da refinaria
podem chegar a Évora
"O impacte ambiental provocado pela refinaria vai também reflectir-se na qualidade do ar nas localidades fronteiriças em território português, dependendo da condição atmosférica, em consequência das “emissões gasosas da refinaria nomeadamente, compostos orgânicos voláteis, emissões de óxidos de azoto acidificantes e percursoras na produção de ozono”...
"os efeitos da refinação do crude se fazem sentir num circulo com um raio de 120 quilómetros em redor da instalação petroquímica. Apontando para um mapa das regiões integrantes da bacia do Guadiana, destaca um pormenor: as emissões gasosas produzidas podem atingir Évora"
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