
Carlos Martins, coordenador do Estudo Estratégico sobre as Indústrias Criativas
da Área Metropolitana do Porto, sustentou
no Colóquio "Os desafios de uma nova política para a cultura e criatividade"
que a Cultura é o sector onde as autarquias gastam mal o pouco dinheiro disponível
"É necessário ser profissional a fazer as coisas e a Cultura e o Turismo são os sectores onde há mais amadorismo ao nível municipal. Se há áreas nas câmaras onde se gasta mal o dinheiro é na Cultura"
[...] sublinhou a necessidade de maior profissionalismo nas apostas culturais dos municípios e de articulação à escala intermunicipal.
"Hoje as soluções criativas são muito mais necessárias porque o QREN é diferente e a competição faz-se em função dos melhores projectos, o que obriga a ganhar escala e a abandonar a lógica paroquial, partindo para um nível supramunicipal em que temos pouca experiência"
"falar em cidades criativas não é um chavão e tem a ver com a sobrevivência", sendo a competitividade entre as metrópoles marcada pela capacidade de reter talentos.
Susana Sardo, da Universidade de Aveiro, a outra oradora do encontro,
elegeu a "Cultura antropológica" como o factor
que torna as cidades criativas e afirma a sua identidade.
"É preciso construir a cidade a partir de projectos criativos e isso não deve ser deixado a intelectuais e eruditos que detêm o conhecimento, sendo necessário dialogar com as pessoas nos espaços em que estão
a trabalhar", disse.
Embora demarcando-se das correntes do Estado Novo e da visão
de António Ferro, Susana Sardo enfatizou a importância da identidade
dos territórios e de alguma forma recuperou a ideia do "orgulho"
na pertença a uma cidade ou região pela sua cultura antropológica
que diferencia cada uma na competição territorial.
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